A ASAE e os chocolates

Confesso que já me irrita de sobremaneira só de ler ou ouvir falar da ASAE. Agora querem proíbir as máquinas de chocolates onde as crianças metem uma moeda para receberem uma bola com um chocolate surpresa. Pelo entendimento da ASAE, as referidas máquinas são “um jogo de azar”. E eu pergunto: Então e os casinos?!… Já enojam estes comportamentos e posições da ASAE! Nem me vou alongar mais porque até fervo só de pensar no “rigor criterioso” pelo qual a ASAE se rege.

Vem mesmo a propósito. Neste Sábado que passou, li numa revista uma entrevista a uma figura pública ligada ao mundo do cinema. A dada altura da entrevista fazem-lhe a seguinte pergunta: “A ASAE é completamente fundamentalista?”. A resposta foi longa, pelo que passo a transcrever um excerto da mesma: “… Isto é sintomático de uma coisa: em Portugal há Estado a menos onde o Estado devia ser forte e Estado a mais onde não devia intervir.” … “Nas áreas onde é fundamental, na justiça, na saúde, na segurança… não há Estado!”… ” E depois há Estado em situações ridículas, onde não devia meter-se, para disfarçar a sua fraqueza nas áreas onde devia ser forte.”

Querem melhor retrato que este?…

Jorge Coelho tinha razão:

“Quem se mete com o PS… leva!”. E ele levou… um tacho como CEO na Mota-Engil.

Que podridão!

O ex-vice presidente do banco Goldman Sachs António Borges disse numa entrevista ao jornal Público que o banco perdeu os contratos com o Estado após o economista ter declarado num congresso do PSD em 2005 que iria contribuir para o reforço da oposição ao Governo. António Borges acrescenta que na segunda-feira a seguir ao congresso foi chamado ao gabinete do ministro da Economia, Manuel Pinho, onde este lhe comunicou que todos os contratos que o Estado tinha com o banco Goldman Sachs seriam cancelados. Ainda na mesma entrevista, António Borges afirma que foi convidado a apresentar um pedido de desculpas por ter também emitido um parecer negativo sobre uma mudança na administração da EDP. Se o gestor não apresentasse o tal pedido de desculpas os contratos com o banco seriam mesmo interrompidos. O ministro da Economia em reacção à entrevista de António Borges, já veio desmentir que tenha feito represálias contra António Borges e que alguma vez lhe tenha exigido um pedido de desculpas. Manuel Pinho adianta ainda que não se recorda de ter falado com o economista a seguir ao congresso do PSD em 2005… 

Pois, estas falhas de memória de Manuel Pinho dão sempre jeito… Mas sabendo-se de como o Governo gosta de controlar e de ter na mão certas empresas privadas, consolidar posições para ter poder decisivo. Sabendo das relações de promiscuídade com certos gestores de empresas que o são não por meritocracia ou competência mas sim por serem afectos ao PS , não me causa estranheza esta retaliação ao empresário que é militante do chamado partido da oposição. 

Mera ilusão de óptica

O anúncio da descida do IVA de 1% por parte do Governo, traduzida na realidade, em pouco ou nada “desafoga” a bolsa dos consumidores. Atenção ao endividamento pessoal, isto é tudo uma ilusão de óptica!… Já cheira a eleições, mas é uma tentativa muito tímida, (para não lhe chamar de outra coisa), da parte de Sócrates em colher alguma simpatia junto do eleitorado…   

A PSP com tiques pidescos

Mais de dois mil professores concentraram-se em vários pontos do país (Porto, Leiria, Caldas da Rainha), para se manifestarem contra a política de Educação do Governo. Mobilizações espontâneas como estas, feitas à margem das estruturas sindicais e simplesmente convocadas por via sms, correio electrónico ou através da blogosfera, traduzem muito bem a insatisfação reinante contra as péssimas condições do ensino em Portugal. Mas o “ponto alto” da manifestação no Porto estava guardado para a PSP. A polícia assumiu destaque pela negativa quando começou a pedir identificação a professores que prestavam declarações à comunicação social. Se estas reacções da PSP não têm “un je ne sais quoi” de PIDE a fazer lembrar o antigo regime…

Democracia e Liberdade são palavras constatemente ouvidas na boca do Governo e de alguns políticos cá da praça. Já estão tão banalizadas e vulgarizadas por eles, que quase me fazem esquecer o seu verdadeiro significado.

Tirou-me as palavras da boca

“Levar a sério o que diz um político reduz o esperma e pode causar infertilidade e, havendo coerência legislativa, a lei do tabaco deveria aplicar-se às declarações políticas, que só poderiam ser proferidas ao ar livre ou em sítios com adequada extracção de ar.”

(Manuel António Pina, Jornal de Notícias)

A culpa é de todos!

É lamentável assistir à troca de acusações entre o ministro do Ambiente e os autarcas dos municípios afectados pelas cheias. Cada qual “sacode a água do capote” à sua maneira, não querendo assumir responsabilidades. Pois, mas a culpa é de todos! É culpa do sr. ministro porque tem desempenhado o papel que lhe convêm, consoante as circunstâncias. Que vai do ser mais invisível, despercebido, ignorante até ao mais funesto, à frente do ministério que tutela. É culpa dos autarcas porque todos os anos se repetem as cheias, são fenómenos que ainda não se podem controlar, mas que convêm prevenir a tempo. É a política do desleixo e da falta de planeamento! Parece que de um ano para outro já se esqueçeram dos estragos e prejuízos que resultam das inundações… ou então são mesmo muito burros, pois repetem sistematicamente os mesmos erros… 

A reabertura do Túnel do Rossio

Finalmente! Até que enfim!… Reabre hoje a circulação no Túnel do Rossio que tinha fechado por questões de segurança. Esta obra transtornou milhares de pessoas que vivem na Linha de Sintra mas que todos dias se deslocam para Lisboa, onde trabalham. Para além da derrapagem no tempo ( esteve cerca de quatro anos encerrado), o custo da obra, como é apanágio nacional, derrapou em cerca de 10 milhões a mais. Como prémio de consolação pelos transtornos e pelas derrapagens, hoje as viagens são de borla…

Cirurgias de estética pagas pelo Estado

Quando certos utentes recorrem ao SNS para fazer uma cirurgia de estética, por vezes os hospitais encaminham esses mesmos utentes para uma lista de espera. Se no prazo de 9 meses, o sistema de gestão de listas de espera não conseguir a cirurgia, o serviço é feito numa unidade de serviço privada à conta do erário público…

Isto é fantástico! Agora somos nós, os contribuintes, que pagamos o “aumento das mamocas da prima” a “verruga que a tia quer remover” ou a “lipoaspiração à barriguinha proeminente do tio”.

“Tomei Conhecimento”

Parece que o Estado vai mesmo perder o edifício onde funciona o Casino de Lisboa para a Estoril-Sol. Esta estória começa com um acordo do Governo de Durão Barroso em ceder o antigo Pavilhão do Futuro à empresa que gere o casino, transita depois para Santana Lopes que num decreto fechou o negócio onde ficou claro que o imóvel não reverteria para o Estado no final do contrato de concessão. A situação só ficou totalmente selada e legalizada quando Telmo Monteiro assinou um parecer da Inspecção-Geral de Jogos com o já célebre “tomei conhecimento”. Estas negociatas, estes compadrios, são simplesmente o retrato fiel e um bom exemplo de como o Governo PSD/CDS funcionou. Está à vista de toda a gente, mas parece que para eles é difícil perceber a sua incompetência para governar o país. É que volta, não volta, gostam de tentar dar o ar de políticos credíveis…